Multiplicam-se os anúncios de empresas que procuram DevOps para integrarem as suas equipas. Nos últimos anos, tem-se assistido a um crescimento da necessidade destes profissionais que não só conhecem os processos associados ao desenvolvimento de software, como também as exigências dos departamentos de operações. Mas afinal, quem são estes “feiticeiros” do mundo tecnológico?
DevOps pode ser descrito como uma cultura que une por um lado a vertente do desenvolvimento - isto é, aqueles que são responsáveis pela criação das aplicações - e por outro, a das operações - os que se certificam que as aplicações estão efetivamente a trabalhar como é suposto. O principal objetivo passa pela automação de processos entre equipas de desenvolvimento e os departamentos operacionais, facilitando e acelerando, assim, o desenvolvimento, o teste e a entrega de novas soluções. Para isso, estes profissionais recorrem à Integração Contínua (CI) e Entrega Contínua (CD), e aos testes de forma a conseguirem adicionar melhorias ao código base.
Mas, como é que alguém se torna num DevOps? Normalmente, são developers que se interessam particularmente pelas operações, ou administradores de sistemas que gostam da vertente de programação e, por isso, se aproximam do desenvolvimento.
A primeira conferência dedicada aos DevOps realizou-se, em 2009, na Bélgica, tendo sido seguida por vários eventos semelhantes a nível internacional. Em 2019, já se contavam mais de 30 conferências agendadas por todo o mundo.
Quais as vantagens?
Rapidez e eficiência
Umas das maiores vantagens de seguir esta cultura prende-se com o tempo que se poupa. Esta abordagem permite que as equipas possam apresentar mais inovações de forma rápida, adaptando-se às exigências dos clientes e tornando-se mais eficientes. Uma vez que utilizam a integração e entrega contínuas, conseguem automatizar os processos de lançamento de software, de forma a obterem uma maior agilização do processo e respondendo às necessidades dos clientes, criando, assim, uma vantagem competitiva.
Segurança
Este modelo de funcionamento permite, ainda, reduzir os riscos de as aplicações falharem, pois aumenta a resposta dada a possíveis incidentes. A colaboração entre equipas e a automação de processo são pontos chave na adequação da reação a possíveis incidentes. Assim, as equipas podem operar rapidamente, mantendo o controlo e preservando a sua eficiência.
Colaboração
A cultura DevOps cria equipas mais eficientes, pois coloca a ênfase na colaboração entre equipas. Existe uma aproximação entre as equipas de desenvolvimento e operações, uma vez que acabam por partilhar responsabilidades e fluxos de trabalho, reduzindo as ineficiências e acelerando os processos.
Satisfação dos clientes
A soma das vantagens anteriormente descritas resulta, claramente, num aumento da satisfação dos clientes e, por isso, os profissionais de DevOps são cada vez mais procurados no mercado de trabalho.
Quais as tecnologias?
De forma a conseguirem obter o máximo de vantagens e eficiência, os DevOps recorrem a várias tecnologias para conseguirem levar a cabo as suas tarefas diárias.
Ferramentas de gestão de código:
O primeiro passo de um DevOps consiste em alinhar as equipas de desenvolvimento e de operações e as ferramentas de gestão do código ajudam neste processo. Estes profissionais contam com o Git - serve para a criação de um histórico de ficheiros -, com o Github, o Gitlab e o Bitbucket - baseados no Git, permitem partilhar o código utilizado, de forma a que várias pessoas possam estar a escrever neste em simultâneo e manterem o seu histórico.
Integração e Entrega Contínuas:
Como vimos anteriormente, a CI e a CD são componentes essenciais para um DevOps, pois permitem a automação de testes ao código após cada modificação. Neste âmbito, o Jenkins apresenta-se como uma das ferramentas mais utilizadas para a CI, uma vez que permite a integração dos developers com os processos da equipa de operações. Para além deste, as soluções de armazenamento na Cloud são também bastante procuradas, como a Amazon Web Services (AWS), a Google Cloud Platform (GCP) ou o Azure.
Containers
Estes containers permitem que as aplicações estejam isoladas com todos os elementos que necessitam de ser utilizados. O Docker é, sem dúvidas, o mais utilizado, pois permite automatizar e estandardizar a distribuição das aplicações nestes containers virtuais.
Gestão da automação:
A automação apresenta-se, também, como um dos fatores mais relevantes para o dia a dia de um DevOps. Neste sentido, estes profissionais recorrem a várias tecnologias, tais como o Terraform, o Ansible, o Puppet e o Salt.
Como podemos verificar, a cultura DevOps traz vários benefícios para as equipas e clientes. Neste sentido, à medida que for sendo adotada pelas empresas, estas irão beneficiar das vantagens mencionadas. Estima-se que, em 2021, 40% do projetos focados no desenvolvimento de aplicações terá como base esta abordagem. A filosofia DevOps está a quebrar com os padrões de execução dos projetos atuais e com os tradicionais departamentos de IT, significando uma mudança de cultura para as organizações. Contudo, apesar de muitos “títulos” e funções estarem a desaparecer, as pessoas continuam a ser o elemento central de qualquer projeto bem sucedido.
Descobre mais sobre tecnologia e carreira no nosso podcast: